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UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARANÁ

Abertura da Siepe evoca o papel da universidade como espaço de reflexão diante da crise

Nesta segunda (02), a abertura da 9ª Semana Integrada de Ensino Pesquisa e Extensão (Siepe) trouxe para o Auditório Prof. Ulysses de Campos do Setor de Ciências Sociais Aplicadas o debate sobre a atual conjuntura por que passa o país e suas consequências para a ciência e a educação. Antes do início das falas os presentes puderam apreciar a performance do Grupo de Choro da UFPR, coordenado pelo professor Edwin Pitre-Vásquez.

Com o tema “Incertezas em tempos de crise: A Universidade como espaço de debate” o evento contou com duas conferências com professores premiados da UFPR, Elisa Souza Orth, do Departamento de Química, recentemente recebeu o prêmio ‘Internacional Rising Talents’, da ‘L’Oréal Foundation’, e Guilherme Gontijo Flores, que recebeu o prêmio Jabuti pela tradução de ‘A anatomia da melancolia’.

Na abertura do evento se respeitou um minuto de silêncio pela morte do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), professor Luiz Carlos Cancellier de Olivo.

Reitor Prof. Dr. Ricardo Marcelo Fonseca. Foto: Leonardo Bettinelli

O professor Ricardo Marcelo Fonseca, reitor da UFPR, fez em sua fala uma veemente crítica aos responsáveis pelos fatos que levaram ao suicídio de Cancellier, não poupando críticas à imprensa e aos agentes públicos envolvidos na operação “Ouvidos Moucos”. O reitor foi detido durante uma ação policial e proibido de entrar na universidade que dirigia, mesmo os fatos investigados tendo acontecido em período anterior à sua gestão.

Fonseca destacou o papel da universidade na resistência aos ataques que a educação pública vem sofrendo nos últimos tempos. “Apesar de tantos retrocessos, a universidade é um dos bastiões principais da resistência e nos anima o fato que apesar de todas as crises a universidade continua fazendo seu papel” completou o professor que destacou o papel da Siepe neste contexto.

A presidente da comissão organizadora da semana, professora Maria Virginia Cremasco, falou da dimensão da semana que envolve diretamente cerca de 5500 pessoas. “Entre estas pessoas nós temos os docentes, os técnicos e técnicas administrativas e os estudantes, com mais de dois mil trabalhos inscritos” ressaltou.

Cremasco, que é coordenadora de Extensão da UFPR, destacou as novidades do ENEC, que este ano não atribuirá notas aos trabalhos apresentados numa busca por um diálogo mais construtivo com os responsáveis pelos projetos.

Os representantes das principais pró-reitorias envolvidas com o evento, professor Eduardo Salles de Oliveira Barra, da Pró-reitoria de Graduação e Educação Profissional, professor Francisco de Assis Mendonça, da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e o professor Leandro Franklin Gorsdorf, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura também fizeram intervenções no evento. A mesa contou ainda com a presença do professor Marcos Wagner da Fonseca, diretor do Setor de Ciências Sociais Aplicadas da UFPR.

Pesquisadora Elisa Souza Orth. Foto: Leonardo Bettinelli

Conferências

Na primeira palestra de abertura, a pesquisadora Elisa Souza Orth apresentou o tema “Da ciência à formação de cidadãos: porque temos que nos importar agora (e sempre)?”. A professora debateu algumas questões relativas à valorização da ciência e quais seriam os possíveis caminhos e soluções para superar os atuais problemas que envolvem o tema. Orth destacou problemas como a desigualdade social, a falta de oportunidades e os estereótipos como obstáculos para uma maior difusão e envolvimento da população com a ciência.

Guilerme Gontijo Flores também tratou de tema semelhante, por uma lógica mais filosófica, sob o título “Uma partilha de vozes: a Universidade frente às diferenças”. Para o professor, o fato de a população em geral continuar passiva diante dos cortes na área da ciência e educação é um indicativo da distância entre pesquisadores e as camadas populares. Ele utilizou algumas pesquisas para evidenciar esta distância mesmo entre os egressos do ensino médio que conseguem uma vaga na universidade pública e os seus professores.

Guilerme Gontijo Flores. Foto: Leonardo Bettinelli

Gontijo abordou estudos do filosofo franco-argelino Jacques Derrida para defender uma concepção abrangente de universidade que envolvesse um sentido duplo de partilha tanto de reconhecimento dos diferentes conhecimentos como de compartilhamento amplo de sua produção.

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