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FEDERAL DO PARANÁ

Workshop ensina pesquisadores de diversas áreas sobre produção jornalística e audiovisual da ciência

Na tarde desta terça-feira (8) aconteceu o “Workshop Produção Jornalística e Audiovisual para Ciência”, realizado pela Agência Escola de Comunicação Pública UFPR em parceria com a Associação de Pós-graduandos da Universidade Federal do Paraná (APG-UFPR). O evento, que ao todo alcançou uma audiência de mais de 750 espectadores, buscou ofertar ao público e à comunidade acadêmica uma formação sobre divulgação científica, para que o que é produzido pelas universidades possa atingir a comunidade externa.

A atividade faz parte do Educa Ciência AE, que busca colaborar com o eixo de formação da Agência Escola e levar a ideia da divulgação científica e cultural para pesquisadores da UFPR e de outras instituições. O workshop também contou com o apoio da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG) da UFPR. Todo o conteúdo foi gravado e está disponível no canal do YouTube da APG.

O evento promovido pela Agência Escola UFPR e Associação de Pós-graduandos discutiu sobre as ferramentas e alternativas disponíveis para divulgação científica. Imagem: YouTube/Reprodução

Apresentado pela diretora de eventos da APG, Camilla Mariane Menezes Souza, e mediado pela vice-presidente da APG, Jhenifer Baptista, o evento contou com três palestras: a tarde começou com o módulo “Comunicação Pública da Ciência”, ministrado pela professora Regiane Ribeiro, coordenadora da Agência Escola UFPR e diretora do Setor de Artes, Comunicação e Design (Sacod).

Na sequência, a jornalista da Agência Escola UFPR e mestra em Comunicação, Chirlei Kohls, apresentou a palestra “Jornalismo científico: lógicas de produção e critérios de noticiabilidade”. No encerramento do workshop, o Jornalista da UFPR TV e mestre em Tecnologia e Sociedade, Carlos Debiasi, falou sobre o tema “(Quase) tudo que você precisa saber para transformar a sua pesquisa em conteúdo audiovisual”.

Segundo a professora Regiane Ribeiro, é importante que a ciência valorize a partilha do conhecimento. “Para os pesquisadores, é fundamental prestar contas e dar um retorno para a sociedade, principalmente com o descrédito que a universidade sofreu nos últimos anos. Isso reforça a importância da divulgação científica”, relatou.

Ainda de acordo com a coordenadora da Agência Escola, é importante que a comunidade científica otimize a divulgação do conteúdo. “Nós precisamos alfabetizar os agentes de comunicação sobre como fazer ciência, mas também precisamos alfabetizar midiaticamente o cientista. Ele não tem a obrigação de dominar todas as mídias, mas quando tem uma noção de como elas funcionam, vai conseguir organizar melhor o universo que participa”.

O evento foi transmitido no canal do YouTube da APG e assistido por pesquisadores da UFPR e de outras universidades do Brasil. Imagem: YouTube/Reprodução

Para a jornalista Chirlei Kohls, o workshop é importante porque cumpre uma função de pensar a democratização da ciência. “A alfabetização científica e midiática são um caminho para conseguirmos dialogar com os diversos públicos constituintes da sociedade. É essencial sempre pensar em uma linguagem acessível, em diferentes formatos e meios”, defendeu.

O jornalista Carlos Debiasi considerou ser importante que cientistas tenham noções de divulgação científica e fez uma provocação para a comunidade: “Nós temos diversas pesquisas acontecendo, até mesmo durante a pandemia e, muitas vezes, não é possível dar vazão produtiva a isso. Por que não descentralizar essa produção? Por que pesquisadores e laboratórios não criam os seus conteúdos e veiculam também? Nosso interesse é nessa educação e alfabetização midiática”.

Ao final do workshop, os palestrantes se reuniram para responder perguntas do público. Confira algumas das respostas:

Como manter uma produção consistente individual? Não seria melhor criar um canal coletivo ou criar canais institucionais?
Regiane Ribeiro – O grande desafio da comunicação científica é pensar em como divulgar através de grande redes de comunicação. É interessante encontrar formas de divulgar o conhecimento através de projetos, de forma institucional e coletivamente.
Chirlei Kohls – Alguns projetos da UFPR fazem isso, divulgando materiais em redes sociais. Isso fortalece o processo e permite que o conteúdo atinja mais pessoas.
Carlos Debiasi – Pensando na questão informal, grandes podcasts são feitos por equipes e pessoas que têm um interesse em comum e começam a conversar sobre isso. Se reunir com pessoas com interesse parecido permite produzir de forma mais otimizada.

Como os Programas de Pós-graduação podem fazer uma agenda de divulgação científica na prática?
Regiane Ribeiro – Para além de um planejamento estratégico de divulgação, precisa existir uma iniciativa institucional, como as disciplinas transversais. Elas são ofertadas para um público muito grande, com uma transmissão coletiva. Além disso, os programas precisam investir em cursos e disciplinas sobre divulgação científica. A ideia de capacitar os programas de pós-graduação está no radar da Agência Escola, atendendo também a demanda de como pensar e refletir sobre a divulgação científica.
Chirlei Kohls – É importante esse caminho de capacitação da divulgação científica e legal ver essa demanda partindo dos próprios pesquisadores, buscando se aproximar da divulgação. É interessante lembrar que os pesquisadores podem enviar sugestões de pauta, para que os jornalistas possam empacotar como notícias.
Carlos Debiasi – Existe muita coisa importante sendo feita e um público se interessando em uma comunicação de nicho. É importante observar essa ação porque é essencial o pesquisador nos procurar para entender como fazer, amadurecer uma ideia e participar de forma colaborativa. Isso proporciona um resultado muito rico.

O que os palestrantes entendem em relação a necessidade de proporcionar acessibilidade na divulgação científica?
Regiane Ribeiro – A condição para construir a acessibilidade na divulgação científica é algo complexo. São dois desafios: o diálogo com a educação básica, pensando em formatos que não atendem uma lógica tradicional, e a acessibilidade na preocupação dela estar presente em todos os produtos.

Qual o impacto da divulgação científica na transferência de tecnologia desenvolvida nas universidades? A comunicação é um caminho para isso?
Carlos Debiasi – É uma função muito importante a chamar atenção para as pesquisas. Nós pensamos na divulgação científica do ponto de vista de buscar um público amplo, mas existem outras alternativas. É possível pensar a comunicação para nichos, por exemplo, buscando o investimento na pesquisa. É possível explorar isso de forma mais otimizada em instituições do Brasil.

Clique aqui para assistir ao Workshop Produção Jornalística e Audiovisual para Ciência na íntegra.

Por Breno Antunes da Luz
Sob supervisão de Maria Fernanda Mileski
Parceria Superintendência de Comunicação e Marketing (Sucom) e Agência Escola de Comunicação Pública da UFPR

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