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UFPR participa de projeto que monitora chegada de peixe amazônico a rios de São Paulo

Natural da Amazônia, o pirarucu (Arapaima gigas) é um dos maiores peixes de água doce do planeta, podendo ultrapassar três metros de comprimento e pesar em torno de 200 quilos. Nos últimos anos, pescadores têm registrado a presença desse “gigante” com cada vez mais frequência no rio Grande, corpo d’água pertencente à bacia do alto rio Paraná que banha os Estados de São Paulo e Minas Gerais.

A introdução de uma espécie não nativa e que se alimenta principalmente de outros animais aquáticos despertou preocupação de pesquisadores sobre os impactos nas relações ecológicas e na população local de peixes, estimulando a criação de projetos de pesquisa que investiguem as consequências da presença desse predador amazônico em águas da região Sudeste.

Peixes de grande porte como o pirarucu são bastante valorizados pelos produtores na aquicultura e muitas vezes são produzidos fora da sua bacia hidrográfica original. A fuga desses animais dos tanques de produção é a principal causa de introdução de espécies não nativas nos rios. Escapes acidentais, como o ocorrido no rio Grande, já resultaram na introdução do pirarucu em sistemas aquáticos nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil.

Projeto Interinstitucional

Um projeto investigará os efeitos da chegada do pirarucu ao rio Grande. Entre as informações sobre as quais a iniciativa pretende se debruçar estão a dieta e organismos parasitas presentes no pirarucu, o perfil reprodutivo no novo habitat e o rastreamento da origem amazônica a partir de análises moleculares.

A proposta de pós-doutorado, financiada pela Fapesp, será desenvolvida pela da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e terá a colaboração de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade de Valência, na Espanha.

O coordenador do Laboratório de Ecologia e Conservação do Setor de Tecnologia da Universidade Federal do Paraná, Jean Vitule, destaca que a contribuição da UFPR será no desenvolvimento de hipóteses e etapas do processo de invasão biológica. “Ajudaremos a elaborar testes de hipóteses de invasão, como reconhecer quais são os fenômenos que explicam esse processo fora do habitat da espécie”. O laboratório desenvolve pesquisas com pirarucu há vários anos em todo o Brasil, em áreas onde a espécie é invasora.

De acordo com Vitule, a espécie, que é ameaçada em lugares onde é nativa, também pode ser invasora potente e preocupante nos locais em que foi introduzido. “Tais situações estão relacionadas com questões ecológicas, como ingenuidade ecológica, ideias que surgiram por Darwin. Essas teorias mostram que presas que não evoluíram como predadoras durante milhões de anos não reconhecem o indivíduo invasor como um predador, da mesma forma como os predadores nativos. O reconhecimento pode ser visual, químico, de várias formas, então testamos isso em laboratório”, explica.

* Com informações da Agência Fapesp e do Jornal da Unesp

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