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FEDERAL DO PARANÁ

UFPR oferta, há mais de dez anos, o primeiro curso de formação superior em Luteria do Brasil

Luteria é o nome que se dá ao ofício de construção, manutenção e restauração de instrumentos musicais. Apesar de a técnica remontar à descoberta e ao resgate, também envolve criação, que inicialmente é planejada e expressa em desenhos e modelos e, em seguida, concretiza-se após muito trabalho manual.

Foto: Marcos Solivan

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) oferece, desde 2009, o curso de Tecnologia em Luteria, o primeiro superior no Brasil e o segundo na América Latina. O curso, público e gratuito, conjuga a experiência profissional e a pesquisa acadêmica. Bem equipado com postos de trabalho, ferramentas manuais e elétricas, máquinas e laboratório, já formou 81 profissionais, que estão transformando as condições para aprendizagem e prática da música instrumental.

Os egressos atuam em diferentes cidades brasileiras, constituindo seus ateliês com suas marcas e trabalhando até mesmo na exportação. Segundo pesquisa realizada nas juntas comerciais, Curitiba já exibe a maior concentração de empresas de construção e de manutenção de instrumentos musicais por habitante do Brasil.

Quem ingressa no Curso de Luteria da UFPR aprende, em seu primeiro ano, processos básicos da Luteria e, ao final desse ano, terá construído seu primeiro instrumento – um cavaquinho. Depois disso, permanece aprendendo sobre instrumentos dedilhados acústicos, construindo três violões e, no semestre final, um instrumento livre, como viola caipira ou bandolim. O estudante pode, ainda, optar pelos instrumentos dedilhados eletrificados, como guitarra e baixo, ou pelos instrumentos friccionados acústicos, como violino, viola de orquestra, violoncelo e contrabaixo.

As disciplinas do curso dividem-se em: Luteria Acústicos e Luteria Eletrificados; Restauração; Química Aplicada; Organologia; Língua estrangeira; Desenho; Eletrônica Aplicada; Acústica; Empreendedorismo; História da Arte; Identificação Anatômica da Madeira; Cultura e Identidade no Contexto da Luteria. Elas partem de diferentes áreas de conhecimento – como a Botânica, a Física e a Antropologia – em direção a um mesmo objeto: o instrumento musical. A carga horária é de cerca de 1800 horas de aulas, somada a atividades formativas.

Linhas de pesquisa e interesses

Os interesses que caminham juntos, no âmbito da pesquisa e do desenvolvimento, são vários. A construção de arcos, por exemplo, é a confecção de arcos para os instrumentos friccionados, que requer habilidade na produção de peças muito leves e resistentes.  Já a reconstrução de instrumentos compreende os antigos, étnicos, regionais, a pesquisa sobre os materiais e técnicas, tanto para a construção, como para o seu uso funcional ou livre nas diferentes culturas.

Na Acústica, busca-se a compreensão e o aprimoramento dos mecanismos de produção de som nos diversos instrumentos. A Eletrônica envolve a captação, a amplificação de sons e meios de acionamento padronizado das cordas para pesquisa dos instrumentos.

A construção em ambiente condicionado permite que os instrumentos possam ser exportados já em condições de aclimatação em locais de umidade e temperatura muito diferentes, sem enrugar ou rachar. Por meio da Química, utilizam-se fórmulas de colas e vernizes, e compreende-se seu efeito na estética, na sonoridade e na durabilidade dos instrumentos.

No estudo de espécies florestais, aprende-se que, entre espécies tradicionais de uso na Luteria, há algumas que precisam ser importadas; outras estão ameaçadas de extinção. No Brasil, existem mais de seis mil espécies florestais, muitas ainda pouco conhecidas. O país apresenta enorme potencial florestal para instrumentos de sopro, como flautas, clarinetes, oboés e fagotes.

E a área de Luteria adaptada permite pesquisar diversas formas de adaptação de instrumentos musicais para que pessoas com alguma deficiência possam aprender e utilizá-los.

Foto: Samira Chami Neves

Curiosidades

A palavra “Luteria” vem de “luth”(francês e inglês) ou “liuto” (italiano) que significa alaúde, um instrumento de origem árabe, dedilhado, com várias cordas. Era muito utilizado por volta de 1400 a 1600, época da Renascença, como acompanhamento ou solo, e seguiu sendo usado nos anos 1700, no período Barroco.

Johann Sebastian Bach escreveu uma suíte de danças para alaúde em mi menor que inspirou uma faixa da banda Jethro Tull. Na segunda metade do século XX, a música antiga teve um revigoramento, despertando novamente muito interesse pelo alaúde e pelos outros instrumentos dessa época.

Também se chama Luteria o ofício de quem se dedica a instrumentos de sopro ou, ainda, percussão. O mais comum é que se especifique, ao lado da palavra luthier (masculino) ou luthière (feminino), qual o instrumento de sua especialidade.

Como ingressar

O ingresso no curso de Luteria da UFPR se dá por meio do vestibular, que este ano será realizado em duas fases: a primeira (prova objetiva), em 23 de outubro, e a segunda (produção de textos e provas específicas), nos dias 4 e 5 de dezembro.

As inscrições para o processo seletivo estão abertas até o meio-dia de 31 de agosto. As informações estão disponíveis neste link.

Com informações do Curso de Luteria – UFPR

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