O projeto “Sextas na Pós: conversas com professores(as)”, promovido pelos programas de Pós-graduação de Educação e de Letras da UFPR, traz, em sua edição de 6 de maio, reflexões de como lidar com as dificuldades de crianças no retorno à escola, após o distanciamento social provocado pela pandemia, e o uso da meditação como uma das estratégias. O evento acontece das 19h às 21h e será transmitido pelo canal do PPG Educação no YouTube.
Em mesa redonda, intitulada “O corpo criança na escola: reflexões sobre o distanciamento social”, a professora do Programa de Pós Graduação em Educação, Marynelma Camargo Garanhani, formada em educação física e doutora em psicologia da educação, apresentará estudos e vivências do seu grupo de pesquisa “Educamovimento-NEPIE/UFPR” no desenvolvimento do projeto “Meditando na escola – Licenciar/UFPR”, realizado no período de 2017 a 2019, nas escolas municipais e particulares de Curitiba e outras da região metropolitana. O projeto foi uma parceria entre a UFPR, a Organização Mãos sem Fronteiras e a UTFPR. Em sua palestra, ela também irá abordar o projeto “A casa: lugar de experiências do movimento na infância”, desenvolvido durante o isolamento social da pandemia, por meio de redes sociais.
A professora Marynelma explica que os subsídios obtidos com as pesquisas anteriores ao período de distanciamento social estão sendo fundamentais para embasar orientações aos professores do ensino fundamental e educação infantil no retorno das crianças ao ambiente escolar. O projeto sobre meditação na escola envolveu em torno de 300 professores e mais de 15 mil alunos, durante três anos. Um dos resultados foi a propagação da meditação pelas crianças as suas famílias, em seus ambientes domésticos e a continuidade da prática no período da pandemia, relatada pelos professores que ministravam aulas on-line às crianças.
A prática da meditação levou a uma série de benefícios. A professora Marynelma relata que “as crianças demonstraram mais confiança; aprenderam a lidar com os seus medos, a controlar o seu próprio corpo, a sua agitação, a sua respiração e a praticar o silêncio”. Ela alerta que o uso de remédios para diminuir a ansiedade em crianças, atualmente, funciona muitas vezes como paliativos. “Nossas experiências nos mostram que é possível obter resultados positivos com a prática de meditação”, afirma.
O projeto desenvolvido nas redes sociais (Facebook e Instagram) impactou mais de mil participantes em lives sobre diferentes temáticas a respeito da criança em movimento no espaço da casa, entre elas a meditação enquanto caminho para a concentração, aprendizagem, autoconhecimento e boa convivência. Observou-se ainda o aumento de quase mil por cento no número de seguidores e de visualizações das postagens on-line do Instagram, dado que mostra a possibilidade de as redes sociais se constituírem como ferramenta de socialização dos estudos e pesquisas desenvolvidos nas universidades, caracterizando-se um contexto de prática educacional na atualidade.
Os pesquisadores do grupo de pesquisa “Educamovimento-NEPIE/UFPR”, coordenado pela professora, agora se concentram em discussões sobre os efeitos pós-confinamento com o retorno às aulas presenciais. Eles coletaram relatos, por exemplo, como medos de correr pelo pátio da escola e outros ambientes amplos, de conviver com muitas pessoas, de tocar coisas, de abraçar devido aos traumas causados pela contaminação do coronavírus Sars-CoV-2. A partir desses relatos, estão desenvolvendo análises de como mobilizar o empoderamento infantil para lidar com os desafios que os tempos atuais apresentam.
Sextas na Pós: conversas com professores(as)
Data: 6 de maio de 2022
Horário: 19h às 21h
Transmissão: canal do YouTube do PPGE
Por Comunicação PPGL