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FEDERAL DO PARANÁ

UFPR produz álcool para atender demanda de diferentes regiões do Paraná

Laboratórios e equipes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) estão atuando na produção de formulações de álcool, produto essencial para prevenção e controle da pandemia do Coronavírus. No campus de Jandaia do Sul, por exemplo, somente em um dia foram produzidos 700 litros do álcool 70% glicerinado. Em Palotina, foram 125 litros da formulação teste. Setenta litros do produto também serão doados, nos próximos dias, para redes de banco de sangue do estado via Pró-reitoria de Administração (PRA).

Em texto, o professor do departamento de Ciências Exatas do campus Jandaia do Sul, Simão Nicolau Stelmastchuk, explica que a iniciativa começou com o desejo de atender a região do Vale do Ivaí e norte Pioneiro com a produção de Álcool 70% para a higienização das mãos. Como o álcool em gel estava em falta ou era vendido por preços muito acima da média, adotou-se uma formulação eficiente, aprovada pela Agência de Vigilância Sanitária da Regional de Apucarana. 

Em Jandaia, produção é distribuída no sistema de saúde (Fotos: Acervo Pessoal)

Segundo o professor e pesquisador do Laboratório de Espectrometria de Massas da UFPR, Eduardo Meurer, o álcool 70% glicerinado é o produto ideal para desinfecção, e sua diferença para o popular álcool em gel, hoje em falta no mercado, é basicamente a sensação de conforto do usuário. “O álcool em gel é fabricado com Carbopol, um polímero que muda a consistência do produto e que encarece a produção”, explica. “As pessoas costumam gostar mais desse para as mãos, mas o líquido é mais eficiente, pode estar em frascos de pulverização, tem melhor espalhabilidade, além de ser muito mais barato”.

Campi avançados

A produção em Jandaia do Sul está em um ritmo intenso, chegando a ocupar três turnos, que envolvem duplas de professores e acadêmicos, para respeitar a recomendação de isolamento e distanciamento social. A matéria prima, conforme Stelmastchuk, foi adquirida a partir de um esforço coletivo.  “Inicialmente, conseguimos recursos com os colegas do Campus, os quais somos extremamente gratos, depois conseguimos recursos com o Rotary de Jandaia do Sul e por fim com a comunidade em geral. Estes recursos foram muito valiosos, pois com eles conseguimos comprar os componentes para a nossa formulação”. Hoje, a produção também depende de uma parceria com uma cooperativa que está fornecendo insumos a preço de custo.

Um dos responsáveis pela logística de distribuição, Stelmastchuk conta que a equipe também precisou criar um modelo sustentável para o seu desenvolvimento, já que reconheceu que as doações iniciais não seriam suficiente e que poderiam ficar sem apoio governamental. “Estipulamos um valor para o galão de 5 L e o frasco de 500 mL que cobrissem os custos de sua produção. Com isso, poderíamos continuar a produzir e auxiliar novas cidades e instituições”. 

O trabalho de divulgação do projeto foi feito com o apoio do Club Rotary de Jandaia do Sul e da Associação Comercial da cidades. Para beneficiar as prefeituras e hospitais, o grupo também abriu a possibilidade de troca de insumos. “Estes foram os casos da Prefeitura de Jandaia e do Hospital de Borrazópolis, ambos nos entregaram o etanol 96% e lhes devolvemos o Álcool 70”.

Produção no setor Palotina

No campus Palotina a produção trabalha com formulação alternativa, aprovada pela Vigilância Sanitária. O produto leva a formulação líquida do etanol, o peróxido de hidrogênio e a glicerina. Professores, técnicos e acadêmicos estão envolvidos. “O que vai determinar o fator de higienização das mãos não é o fato de a formulação estar em formato de gel ou líquido, é o conteúdo em termos de etanol”, explica o professor Rodrigo Sequinel, químico responsável pela produção. “Deve- se observar todo o controle de qualidade dos insumos que vão ser necessários e mesmo do produto final acabado”, destaca.

O professor Luciano Bersot, do Laboratório de Inspeção e Controle de Qualidade de Alimentos e Água, é um dos envolvidos na força tarefa. “Ficamos responsáveis por fazer o controle analítico de qualidade microbiológica”. Além dele, dois acadêmicos voluntários participam da etapa. O técnico de laboratório Guilherme Lenz também integra as ações em Palotina. “Estamos seguindo e cuidando de todas as boas práticas de fabricação, porque queremos garantir a sua eficácia. Da mesma forma, estamos fazendo todo o controle de qualidade dos insumos”.

Distribuição

Além de atender as unidades de saúde, de acordo com o professor Stelmastchuk, o projeto de Jandaia do Sul trabalha para distribuir de forma gratuita o Álcool 70 para instituições que trabalham com pessoas vulneráveis. “Já entregamos o produto no Asilo São Vicente de Paula e no PAM de Jandaia do Sul”. A proposta também é distribuir, de forma gratuita, por meio de um projeto de assistência, a formulação para mais de 400 famílias em situação vulnerável. 

Até segunda-feira (30), só na região de Jandaia, já haviam sido atendidos municípios de Jandaia do Sul, Borrazópolis, Marialva, Apucarana, Cambira, Godoy Moreira, Astorga, Santa Fé e Lunnardeli. “Nos próximos dias temos a previsão de atender os municípios de São João do Ivaí, Marumbi, Doutor Camargo, Floraí, Mandaguaçu, Nova Esperança e Colorado”, argumenta.

Já no setor Palotina, os produtos serão distribuídos no próprio campus e no sistema de saúde. A produção da UFPR Curitiba será inicialmente doada para os bancos de sangue do estado. Via PRA, já no domingo houve a entrega de uma parte da produção. 

Produtos prontos para distribuição, em Palotina, após rígido controle de qualidade

Pelo Facebook, o Centro de Estudos do Mar, do campus Pontal do Paraná, também comunicou a entrega de desinfetante produzido por professores de Química. A Comunidade terapêutica Missão Resgate no balneário de Shangrilá recebeu o material.

O Laboratório de Biologia Molecular da UFPR Litoral, coordenado pelo professor Luciano Huergo, produziu, com a colaboração de servidores da instituição, 100 litros de álcool 70 (líquido). Esse material e doze caixas de luvas descartáveis foram doados para secretaria de saúde do município de Guaratuba.

O professor Helton José Alves, Diretor de Desenvolvimento e Integração (Integra) da UFPR, considera a mobilização dos diferentes campi emocionante. “Nesse momento delicado é emocionante ver a mobilização da nossa comunidade acadêmica. Estas ações reforçam a importância da expansão universitária”, salienta.

Veja o programa Informa, da UFPR TV, que trata do assunto:

Saiba tudo sobre as ações da UFPR relacionadas ao Coronavírus

(Colaborou Rene Lopez/Agência Escola/UFP

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