Uma equipe formada por estudantes de Design de Produto e de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolveu uma proposta de requalificação para uma rua periurbana, isto é, localizada na transição entre espaços estritamente rurais e áreas urbanas da cidade de Baguio, nas Filipinas. O projeto foi classificado em primeiro lugar no Street Design International Challenge 2022.
O desafio é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em colaboração com as cidades de Curitiba, Wuhan e Querétaro, que fazem parte da Rede de Cidades Criativas da Unesco. A ação teve o objetivo de discutir questões abordadas na 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27), como os efeitos das mudanças climáticas no ambiente urbano, o quanto elas prejudicam a qualidade de vida e ações necessárias para transformar as cidades em ambientes mais habitáveis, agradáveis e iguais, garantindo que ninguém seja deixado para trás.
Equipes de estudantes dos cursos de Design e Arquitetura de instituições de ensino de 11 cidades criativas desenvolveram propostas e soluções para a requalificação de ruas da região periurbana de uma das cidades participantes do desafio. As propostas se basearam no design biofílico, uma forma inovadora de criar ambientes naturais que melhoram a saúde e o bem-estar. A palavra “biofílico” vem de “biofilia”, que pode ser definida como o amor à vida ou aos sistemas vivos.
Cada grupo recebeu um briefing elaborado por um especialista da cidade, detalhando a situação atual da rua e as prioridades a serem contempladas pela proposta, considerando suas diferentes formações territoriais, sociais, financeiras e culturais. As ruas selecionadas estavam localizadas em áreas com pouca ou nenhuma infraestrutura centrada no cidadão e em suas necessidades específicas. As equipes tiveram 48 horas para enviar seus projetos no formato especificado.
O grupo da UFPR – formado por Victoria Silva, Marcus Mendes, Vitor da Silva, Daniel Chaussê, Eduardo Rempel, Beatriz Ramos e Anna Carolina Soares e orientado pelo professor Ken Fonseca, do Departamento de Design, e pela professora Cristina de Araújo Lima, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo – foi atrás de pesquisas para entender a realidade local, cultural, geográfica, histórica e cotidiana da região, além de entender a dinâmica da rua a ser trabalhada, que fica na comunidade de Happy Hollow, ao norte de Baguio.
Alguns exemplos de ações propostas pela equipe foram: mirante para realçar a vista e a beleza do local; bicicletário; corrimões ao longo do caminho; edifícios para o crescimento da vegetação e sinais interativos com histórias para crianças ao longo do caminho. A ideia foi transmitir para os moradores a sensação de pertencimento e orgulho, além de aprimorar a experiência cotidiana no local. O trabalho completo e os outros projetos apresentados nessa edição do desafio podem ser acessados aqui.