O rastreamento e o monitoramento de integrantes da comunidade acadêmica com Covid-19 é essencial nesse momento de planejamento para retorno às atividades presenciais na Universidade Federal do Paraná (UFPR). O início do calendário letivo presencial da instituição está previsto para o dia 14 de fevereiro. A decisão de retomar as atividades presenciais foi definida após reunião deliberativa, realizada em novembro do ano passado, que levou em consideração a avaliação da Comissão de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 da UFPR.
Para garantir a biossegurança da comunidade acadêmica, o Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Saúde (Nepes) realiza, de forma integrada, o monitoramento e o rastreamento os casos de Covid-19 entre a comunidade UFPR. A partir do resultado positivo dos testes realizados pelo grupo de coleta, a equipe de monitoramento é notificada e passa a acompanhar e orientar os infectados.
“Quando a pessoa recebe o e-mail com o resultado, ela já é avisada de que o Nepes vai entrar em contato. O monitoramento só é feito se ela concordar. Geralmente, fazemos o acompanhamento durante dez dias”, comenta a professora do Setor de Ciências da Saúde e coordenadora do Nepes, Daiana Kloh. Além de monitorar casos positivos detectados nos testes realizados na universidade, a equipe atende aqueles que tiveram resultado positivo em exames feitos em laboratórios particulares e buscam a orientação do Núcleo.
A estudante do curso de Enfermagem da UFPR e integrante do Nepes, Ivana Griboggi, comenta que o acompanhamento é feito também com as pessoas que tenham tido resultado negativo, mas apresentam sintomas compatíveis com os da Covid-19. “Quando há sintomas, nós monitoramos a pessoa por dez dias, mesmo que o teste seja negativo. Se, nesse período, os sintomas melhorarem, encerramos o monitoramento. Se persistirem, nós acompanhamos até a melhora dos sintomas. Também orientamos que a pessoa realize um novo teste, pois o primeiro pode ter dado um falso negativo”, explica.
A coordenadora do Nepes relata que o rastreamento é feito em ambos os casos. Segundo ela, essa etapa ajuda a mapear possíveis infectados com o Sars-CoV-2, o vírus causador da doença. “O rastreamento é a identificação das pessoas que estiveram próximas. A partir do momento que temos um caso positivo ou suspeito, nós perguntamos com quem a pessoa teve contato. Dessa forma, fazemos o levantamento de quem pode estar com o vírus ou não e, assim, orientamos a fazerem o teste e quando o exame deve ser feito, pois varia se esse contato está sintomático ou assintomático”.
Com o retorno das atividades presenciais, Daiana destaca a importância de manter os dados atualizados no Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (Siga), porque é a partir das informações fornecidas na plataforma, como telefone e e-mail, que a equipe de rastreamento entra em contato com quem pode ter sido exposto ao vírus. “É importante manter esses dados sempre atualizados para que o Nepes possa rapidamente entrar em contato. Quanto mais cedo alcançarmos essas pessoas, menor vai ser o risco de elas transitarem sendo um caso positivo ou suspeito”, diz.
A coordenadora da iniciativa aconselha procurar o Nepes, para receber as orientações necessárias, caso a pessoa comece a manifestar algum sintoma. “Nesse retorno, é preciso prestar atenção se está com algum sintoma ou se tem alguém positivo na família. Então é importante ficar em isolamento”, orienta. Outras medidas de cuidado individual e coletivo destacadas são o uso da máscara, medida considerada extremamente eficaz, evitar aglomerações e manter os espaços arejados.
O Núcleo também desenvolveu um guia de recomendações para o retorno das atividades presenciais durante a pandemia de Covid-19 com orientações sobre medidas de prevenção, como uso e manuseio corretos da máscara e instruções para frequentar ambientes compartilhados, por exemplo, garantir que os espaços estejam arejados, manter o distanciamento social e a disponibilização de recursos para higiene de mãos em pontos estratégicos e de fácil acesso.
“Pensando no retorno, vacinar-se é fundamental para a segurança de todos. E não falamos só sobre o imunizante contra a Covid-19, mas é essencial deixar em dia todo o calendário vacinal, considerando também as outras doenças transmissíveis”, afirma Daiana.
Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Saúde
O Nepes é um projeto interdisciplinar formado na UFPR no início da pandemia de Covid-19 a partir da necessidade de criar um grupo, dentro da universidade, que trabalhasse com rastreamento, monitoramento e dados sobre doenças transmissíveis.
“Nós iniciamos com a coleta dos exames e percebemos que precisaríamos prestar orientações para auxiliar no isolamento e tirar dúvidas”, explica Daiana. Para ela, essa é a ferramenta primordial do projeto. “O Nepes pode ajudar muito em orientação, essa é a nossa principal finalidade”, afirma.
Atualmente, o Núcleo é formado por 16 bolsistas dos cursos de Enfermagem, Medicina, Terapia Ocupacional e Medicina Veterinária da UFPR e oito voluntários de outras instituições de ensino. Segundo a coordenadora, o Nepes representa a importância de pensar coletivamente, integrando diferentes cursos para estudar uma doença com altas taxas de transmissão.
A professora acredita que o Nepes seja uma experiência exitosa de união entre Ensino, Pesquisa e Extensão. O monitoramento é a parte de extensão, mas, a partir do monitoramento, serão feitas as análises epidemiológicas dos dados e, a partir desses dados, são geradas pesquisas. “O Nepes cuida de você, mas também cuida do coletivo, pensando em evitar uma doença altamente transmissível”, define.
O contato com o Nepes pode ser feito pelos telefones (41) 98482-0007 e (41) 98482-0008 ou pelo e-mail nepes@ufpr.br.
Por Leticia Barbosa Ribeiro
Sob orientação de Jéssica Tokarski
