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Encontro de cotistas e ex-cotistas negros da UFPR celebra avanços das políticas afirmativas

08 fevereiro, 2017
10:22
Por
Ensino e Educação

Foto: Samira Chami Neves/Sucom

Alunos  e ex-alunos já graduados que ingressaram na UFPR pelo sistema de cotas reuniram-se na noite desta terça-feira (7) para confraternizar e avaliar os resultados das políticas afirmativas, implantadas na universidade há 12 anos. O encontro, com a presença do reitor Ricardo Marcelo Fonseca, também serviu para dar as boas-vindas aos estudantes que ingressarão na universidade este ano pela política de cotas.

O evento encerrou um dia que foi considerado um marco para a UFPR e para o movimento negro. À tarde, Wellington Oliveira dos Santos – egresso da primeira turma de cotistas negros da universidade – recebeu o título de doutor, ao defender a tese “Políticas educacionais antirracistas no Brasil e na Colômbia – estudo comparado”, do Programa de Pós-Graduação em Educação. Welington é o primeiro cotista apoiado pelo Programa Afroatitude na UFPR a defender uma tese de doutorado na instituição.

Wellington Oliveira dos Santos defende sua tese de doutorado. Foto: Samira Chami Neves/Sucom-UFPR

A defesa teve plateia lotada. Na primeira fila estava a mãe de Wellington, Lucinda, que trabalhou boa parte da vida como empregada doméstica para criar sozinha os três filhos. “Valeu a pena o sacrifício”, disse ela, orgulhosa da conquista do filho. Também estavam na sala outros integrantes da família, representantes do movimento negro, professores da UFPR e amigos de Wellington.

Depois, a Sala Homero de Barros , no campus da Reitoria da UFPR,  abrigou o encontro de cotistas e ex-cotistas. Entre os participantes, colegas da Wellington na primeira turma de cotistas negros, de 2005, a  ex-vice-reitora Maria Tarcisa Silva Bega, o professor Paulo Vinícius Baptista da Silva, do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da UFPR , e  ex-ministra das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos Nilma Lino Gomes , da UFMG.

O reitor Ricardo Marcelo Fonseca cumprimentou Wellington dos Santos pela obtenção do grau de doutor e destacou que as ações afirmativas são uma marca da UFPR.  “Isso nos distingue e nos diferencia”, disse. “Este é o momento de celebrar as conquistas e avançar na busca pela excelência acadêmica associada às políticas afirmativas. A UFPR já tem dado a resposta para aqueles que não acreditam nessa associação.” O reitor afirmou que há muito a ser feito,  e que sua gestão quer tornar a universidade ainda mais plural, valorizando a riqueza e o colorido interno.

Para o professor Paulo Vinícius Baptista da Silva, do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da UFPR, a política de cotas tem sido bem-sucedida no objetivo de minimizar o déficit histórico de exclusão social, “A política dá oportunidades a quem não teria, e a experiência histórica nos mostra que os benefiários têm um desempenho excelente. Já temos uma geração de vários doutores ex-cotistas, tanto da UFPR como de outras instituições públicas, espalhados  pelo Brasil. Muitos estão no programa Ciência sem Fronteiras, fazendo doutorado no exterior”.

De acordo com Silva, diversos estudos mostram que, ao contrário do que previram muitos críticos da política de cotas, nas universidades onde o sistema foi implantado não houve perda da qualidade do ensino.

A programação do encontro inclui ainda uma apresentação de música brasileira e o lançamento do livro do livro “Ações Afirmativas no Brasil: experiências bem sucedidas de acesso na pós-graduação”, do professor Valter Roberto Silverio, da UFSCAR.

Confira as fotos no Flickr da UFPR:

Encontro de cotistas negros

Defesa de tese – Wellington Oliveira dos Santos

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