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Programa da UFPR inicia acolhimento linguístico e acadêmico para estudantes migrantes e refugiados

04 February, 2019
12:21
Por
UFPR

A Universidade Federal do Paraná recepcionou, nesta segunda-feira (4), 39 estudantes migrantes com visto humanitário e refugiados. Os novos alunos participam do curso de Acolhimento Linguístico e Acadêmico, organizado pelo Projeto Português Brasileiro para Migração Humanitária (PBMIH), durante cinco semanas.

O grupo é composto por 10 alunos, de cinco nacionalidades, aprovados pelo primeiro processo seletivo especial e outros 29 estudantes, provenientes de oito países, selecionados pelo edital de reingresso. Eles iniciarão diferentes graduações, como Medicina, Direito, Administração, Enfermagem, Letras e Ciências Contábeis.

As atividades incluem o curso intensivo de português e o acolhimento acadêmico, com visitas ao Restaurante Universitário, intercampi e biblioteca. Uma equipe de professores do departamento de Letras leciona a disciplina de Português como língua estrangeira.

Foto: Marcos Solivan

A coordenadora do Programa Política Migratória e Universidade Brasileira, professora Tatyana Friedrich, afirmou que o ingresso dos migrantes e refugiados representa um avanço para a sociedade paranaense, brasileira e, principalmente, para a UFPR. “A universidade se torna um reflexo dessa sociedade, tendo dentro do seu meio acadêmico toda a população que forma a nossa nação; isso inclui migrantes que optam em vir para nosso país”.

A pró-reitora de Assuntos Estudantis, Maria Rita de Assis César, deu boas vindas aos estudantes. “Agora vocês são parte da comunidade UFPR. Sintam-se acolhidos e em casa”, disse. “A Prae tem uma relação cada vez mais forte e institucionalizada com esse programa. Contem sempre conosco”.

“A presença da diversidade engrandece a UFPR. Na última semana, recebemos os alunos indígenas e, hoje, vocês. É uma honra”, destacou o superintendente de Inclusão, Políticas Afirmativas e Diversidade (Sipad), Paulo Vinícius Baptista.

O professor Eduardo Barra, pró-reitor de Graduação e Educação Profissional, parabenizou os novos estudantes da UFPR. “Aproveitem ao máximo a universidade, espero que vocês tenham uma experiência feliz e edificante para a vida. Vocês também deixarão uma marca nessa instituição, isso permanece e vira patrimônio”.

Estudante síria Sabin Khouri, aprovada no vestibular para migrantes e refugiados.
Foto: Marcos Solivan

Novos estudantes

A jovem Sabin Khouri fugiu da guerra da Síria com a família há cinco anos. Aprovada em segundo lugar no vestibular para migrantes e refugiados, a estudante de 18 anos pretende cursar Medicina. “Foi a melhor coisa ser aprovada, quando vi que passei quase chorei de alegria porque eu me esforcei muito. Adorei toda a equipe, o respeito que eles têm por nós é o máximo”, conta.

O venezuelano Maker Gutierrez também iniciará a graduação na UFPR. “Estou muito emocionado, é uma grande oportunidade. A parte mais difícil de deixar meu país foi parar a faculdade. Esse é o melhor presente desde o dia em que resolvi deixar meu país”.

Após o início do ano letivo de 2019, os alunos deverão ser acompanhados mensalmente por um professor-tutor ou colega-tutor, que será definido pela coordenação do curso, além de frequentar a disciplina Português como Língua de Acolhimento para Fins Acadêmicos, indicada pelo PBMIH.

Vestibular para migrantes e refugiados

Com dez vagas suplementares por ano, o processo seletivo especial foi aprovado no mês de novembro pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), para compor as políticas de inclusão e acesso à UFPR por grupos sociais vulneráveis.

As vagas serão escolhidas de acordo com a classificação do candidato — os mais bem posicionados escolhem primeiro, na ordem. Com isso, o curso escolhido deixa de figurar na lista de escolhas. O processo é feito até o preenchimento das dez vagas.

O processo seletivo foi aplicado no dia 13 de janeiro, composto por prova de conhecimentos gerais e redação. Pouco mais de 80 candidatos tiveram inscrição homologada.

Os critérios para inscrição incluíam documentos comprobatórios da conclusão de ensino médio e da condição de migrante com visto humanitário ou refugiado, tais como cópia da solicitação de refúgio no Ministério da Justiça ou na Polícia Federal ou atestado reconhecido pelo Comitê Nacional de Refugiados (Conare), do Ministério das Relações Exteriores.

Inclusão

A proposta da criação do vestibular foi encaminhada à Pro-Reitoria de Graduação (Prograd) pela Superintendência de Inclusão, Políticas Afirmativas e Diversidade (Sipad), em agosto do ano passado, com base nas experiências da UFPR no acolhimento de migrantes com visto humanitário e refugiados.

Com a aprovação do Cepe, as diretrizes do processo seletivo estão descritas na Resolução n.º 63/18 (publicada em novembro) e na Resolução n.º 13/14, que estabelece normas de acesso à universidade para migrantes com visto humanitário e refugiados e continua vigente.

A resolução mais recente faz parte das ações do Programa Política Migratória e Universidade Brasileira, que atua dentro da cátedra Sérgio Vieira de Mello, existente na UFPR em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidos para Refugiados (ACNUR/Brasil) desde 2013.

O programa é composto por seis projetos de extensão da UFPR: Português Brasileiro para Migração Humanitária, do curso de Letras e Centro de Línguas e Interculturalidade (Celin); Refúgio, Migrações e Hospitalidade, do curso de Direito; Capacitação em Informática para Imigrantes, do curso de Informática; Migração e Processos de Subjetivação: Psicanálise e Política, do Departamento de Psicologia; Migrantes no Paraná: Preconceito, Integração e Capital de Mobilidade, do Departamento de Sociologia; e Oficina de História do Brasil para Estrangeiros, vinculado ao PET-História.

Reingresso

O edital de reingresso é divulgado durante o ano para acesso a vagas remanescentes de cursos de graduação, voltado para migrantes, refugiados e pessoas com visto humanitário que já iniciaram cursos superiores em seus países de origem.

A UFPR foi uma das instituições pioneiras no País a adotar tal política. Por meio da Resolução nº 13/14 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, a universidade passou a auxiliar o acesso de reingressos – pessoas que se enquadram numa das situações citadas.

Até 2018, 52 alunos ingressaram na UFPR na condição de migrante e refugiado.

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