Para especialistas que participaram de mesa redonda nesta quinta (22), a fim de avançar no assunto, a capital paranaense precisa separar o marketing das condições reais, especialmente quanto à equidade
Por Gabriel Domingos/Plantear
Cidade modelo é o termo pelo qual são conhecidos os ambientes urbanos bem planejados, com grande infraestrutura, condições de equidade para a população e promoção de qualidade de vida. Curitiba é conhecida por ser aguerrida em seu marketing urbano — a Capital do Paraná foi pioneira em se promover como modelo de urbanismo no Brasil.
Mas que outros véus encobrem a beleza da imagem das cidades modelo? Esse foi um dos assuntos discutidos na sessão especial: “Repertório crítico sobre a cidade modelo: Curitiba e outros mitos”, no XXI Enanpur, realizado na semana dos dias 19 a 23 de maio.
A mesa teve a presença de Fernanda Ester Sanchez Garcia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Carlos Vainer, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Guillermo Jajamovich, da Universidad de Buenos Aires (UBA) e José Ricardo Faria, do Departamento de Transportes da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Para Fernanda, “uma poderosa forma de amar a cidade é a crítica, é construir o pensamento crítico, imaginar e perceber outras Curitibas”. A professora e pesquisadora explicou que o ideal da “Curitiba modelo” começou durante o período de governo militar e, com isso, Curitiba virou símbolo das virtudes de um Brasil que desejava ser reconhecido como exemplo de desenvolvimento.
Carlos Vainer aponta que o avanço do neoliberalismo renovou a imagem e a ideia de Curitiba como cidade modelo. Para o professor, é importante estudar as redes de conexão, ou seja, a produção de conhecimento que conversa com a sociedade e, também, com a política.
Já Guillermo, da Universidad de Buenos Aires, diz que não há uma democratização real nas cidades-modelo. Por isso, ele aponta a necessidade de analisar, com critério “… as assimetrias do poder e a maneira complexa com que os modelos urbanos se transformam”, afirma.
Para Fernanda Sanchez Garcia, todo esse cenário aponta para a necessidade de “reconhecer outras Curitibas na Curitiba oficial, recuperar o vocabulário das ruas”, afirma.
O XXI Enanpur reuniu mais de duas mil pessoas no Centro Politécnico da UFPR. Participantes do México, da Colômbia, Argentina e outros países, além de brasileiros de todas as regiões acompanharam o maior evento científico da área de Planejamento Urbano e regional da América Latina.
Edição: Camille Bropp
Foto de destaque: João Alves/Unsplash
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